quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Fica longe o sol que vi


Fica longe o sol que vi,
aquecer meu corpo outrora...
Como é breve o sol daqui!
E como é longa esta hora...


Donde estou vejo partir
quem parte certo e feliz.
Só eu fico. E sonho ir,
rumo ao sol do meu país...


Por isso as asas dormentes,
suspiram por outro céu.
Mas ai delas! tão doentes,
não podem voar mais eu...




  
que comigo, preso a mim,
tudo quanto sei de cor...
Chamem-lhe nomes sem fim,
por todos responde a dor.


Mas dor de quê? dor de quem,
se nada tenho a sofrer?...
Saudade?...Amor?...Sei lá bem!
É qualquer coisa a morrer...


 



E assim, no pulso dos dias,
sinto chegar outro Outono...
passam as horas esguias,
levando o meu abandono...



Clotilde Nunes Silva *

*Poetisa Moçambicana - nasceu em Lourenço Marques (Maputo)  - 1925


7 comentários:

  1. Simples, perfeito, verdadeiro e o "retrato" vivo da nossa alma de imigrantes eternos!
    Adorei. Não conhecia - tadinha de mim, que ignorante?!...
    Ana Dias

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  2. Quando me sinto atordoado pela vida que levamos,
    sou assaltado por uma melancolia avassaladora, e porquê?...Vem-me à memória todo o nosso passado de África "NAMPULA" a nossa querida terra.
    Amigos, fazem bem em nos lembrar de quando em vez as nossas origens. Obrigado por este espaço.
    Um GRANDE abraço a todos os MACUAS...
    Domingos Lourenço

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  3. Estas fotos são o nascer do eo pôr do sol em Moçambique. Ambas foram retiradas da Net.

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  4. Belo poema, bela escolha.
    Bjinho grande

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  5. Ola Macuas

    Não tenho dado notícias por falta de tempo.

    Aproveito para desejar a todos um Santo Natal e um Ano Novo cheio de Felecidade, Saúde e Dinheiro para gastar

    Um Beijão Macua
    da São Ramalho

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  6. São, desculpa perguntar. És de Inhaminga?
    Alda
    Bjinhos

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