quinta-feira, 29 de julho de 2010

quarta-feira, 21 de julho de 2010

"Pensageiro Frequente" - Mia Couto

«Pensageiro Frequente»


Moçambique em versão de bolso
Texto: Sandra Gonçalves






Senhores passageiros, apertem o cinto. A viagem vai começar. Mia Couto está de volta com «Pensageiro Frequente» (Caminho), um livro que reúne 26 contos e crónicas que escreveu para a revista «Índico», das Linhas Aéreas de Moçambique (LAM). São textos breves que convidam a conhecer um país caracterizado pelas suas gentes, cheiros, cultura e biodiversidade e onde são desmistificadas algumas das ideias que se tem deste imenso país que é Moçambique. Uma viagem de sonho em formato de quase bolso.
Mia Couto, tal como um piloto de cabine apaixonado, leva o «passageiro» a conhecer o seu país natal. Ao longo de 802 mil km², conduz-nos numa visita guiada pela Beira, Tete, Maputo (ex-Lourenço Marques) e os seu bairros como a Mafalala, a Malanga, o Xipamanine e Malhangalene, o Bilene e a sua praia – que descreve como a combinação perfeita entre um litoral aberto e de ondas directas e uma lagoa interior, de dinâmica tranquila e tranquilizante - , Gaza e Sofala, o Parque da Gorongosa, Nampula, Niassa, Manica, entre tantas outras paragens de Norte a Sul.

Descreve ainda Inhambane e o seu povo. Quem conhece Moçambique sabe do que Mia Couto fala. Pessoas que recebem bem, que escutam com simpatia, que têm tempo, gentileza e simpatia.


Quem visita aquele país acaba por «perder medos, barreiras e preconceitos» e dá por si a ver nascer a «verdadeira e única viagem: a que se faz por dentro das pessoas». Mia Couto fala com convicção e paixão do seu país e convence.


O autor, que além de escritor é biólogo, dá também especial enfoque à fauna e flora únicos deste país. Os golfinhos, baleias e tartarugas gigantes, dugongos – mamífero em vias de extinção que vive na costa moçambicana –, manguços de água (vungué, na língua local), macacos de cara preta (nzoko), e flamingos. Descreve também os extensos mangais, a floresta pantanosa, os infinitos canais e as palmeiras Nhala, de onde se extrai sura.


Nas suas crónicas, revisita ainda os seus tempos de meninice e como eram os dias de futebol na sua cidade-natal, a Beira. «No meu bairro, o futebol era a grande celebração. Preparava-mos para esse momento, como os crentes se vestem para o dia santo. Aquele domingo era um tempo infinito. E o campo, aberto num descampado da Muchatazina, era um estádio maior que o mundo», escreve Mia Couto no texto intitulado «Fintado por um verso», datado de Maio de 2010.


Mais à frente, num exercício de quase regressão hipnótica, descreve a sua cidade aos olhos de um menino de nove anos, numa altura em que esta lhe parecia a maior do mundo, com as avenidas mais largas do Universo. Percorre a estação ferroviária, o farol do Macúti e faz-nos salivar quando alude às mangas que ali se comiam.


Desmistifica ainda algumas das ideias que se tem de Moçambique, nomeadamente o facto de se dizer que Maputo é a cidade das acácias vermelhas, uma vez que estas belas árvores não são originárias do continente africano. E ainda que Maputo, nome indígena que foi dado à capital após a Independência, não satisfaz o rigor da História e da geografia. «Maputo é nome de água, de rio que desagua a sul da baía. Há quem diga que o mais certo seria chamar-se Pfumo ou KaMpfumo».


Na verdade, a cidade que passou de Lourenço Marques a Maputo, continua ainda hoje a ser chamado por grande parte dos seus habitantes de Xilunguine, «o lugar onde se vive como os brancos».


Ao fim de 133 páginas, Moçambique fervilha dentro de nós. Quem não conhece ficará com certeza com desejo de conhecer esta nação única. Quem já lá esteve, fica sôfrego por regressar brevemente.

terça-feira, 20 de julho de 2010

TRIBO MACUA...em Almeida...ano de 2010

…foram 3 dias de convívio…três dias comendo sempre juntos…passeámos juntos…dormimos no mesmo sitio…a alegria reinou…as velhas brincadeiras voltaram…o carinho entre macuas voltou a aparecer…a todos os Macuas o meu abraço reconhecido por estes momentos incríveis…alguns de nós reencontram-se ano a ano…mas apareceu o nosso Nando Metralha e a nossa Ana Maria Constantino que já não via desde à quase 4 décadas…apareceu o Orlando que era um menino…foram emoções enormes…a todos vós vai o meu obrigado…
...o João, a Dadita, o Tiago e o André ficam reconhecidos pelos dias maravilhosos que nos proporcionaram…

...Shalom, gente da minha Tribo…

                                                                      João Neves (Macua)