sábado, 24 de janeiro de 2009

EXEMPLOS A RECORDAR E A SEGUIR.




Se houve momentos marcantes na minha história de vida, mais precisamente na minha infância, e que ajudaram imenso na minha formação humana, esses momentos aconteceram no Escutismo. No nosso Agrupamento de Nampula.
Foi no escutismo que conheci homens extraordinários, que com os seus exemplos fizeram do João o homem que é hoje, humilde, simples, amigo do seu amigo, e que pode dizer, com naturalidade, que a minha honra inspira confiança.

Obrigado por tudo Chefe Américo Petim.
... Chefe Amâncio.
... Chefe Zé Maria.
... Chefe Silvestre.

Lembro-me perfeitamente…num final de tarde, à saída de uma Missa na Sé Catedral de Nampula, o meu Pai pegou na minha mão e levou-me até ao Chefe Petim e disse-lhe que eu queria ser escuteiro e perguntou-lhe o que era necessário para isso.


O Petim olhou para mim, do alto daquela altura toda, com aquele sorriso doce e com aquele olhar que inspirava segurança e paz...confiança...disse “…basta apareceres no próximo Sábado às 3 horas da tarde, na Sede dos Escuteiros, na Paróquia…”. Começou aqui a minha vida de escuteiro. Este foi o primeiro momento.

Outro momento marcante…mais recentemente, há mais ou menos 17 anos, já na Europa, em Portugal e em Almeida-Guarda.
Dia da Fundação do Agrupamento 1014 de Almeida – Senhora das Neves.
Estava o Agrupamento formado, as 4 Patrulhas de Exploradores, as 4 Patrulhas de Pioneiros e os 5 Bandos de Lobitos perfeitamente alinhados, prontos a partirmos em direcção à Igreja onde se iriam efectuar as promessas…estava o Chefe João Neves à frente desta gente toda… quando…
...eis que…de repente… tenho um sobressalto...vejo ao longe uma figura alta...muito direita…com aquele sorriso doce dele e com aquele olhar que inspirava segurança e paz…mais uma vez…o Chefe Petim estava ao pé de mim, nas muralhas da fortaleza de Almeida, no dia da Fundação do Agrupamento 1014…fundado pelo seu pupilo.
Que alegria meu Deus…a minha referência escutista tinha vindo ver o que o seu pupilo tinha feito…e o sorriso...simples...mas que substituía imensas palavras...
Obrigado Petim…
E a Lurdes… tão linda estava a nossa Lurdes Petim...a segredar-me ao ouvido “…que bom ver-te meu filho…”. Foi um dos dias mais felizes da minha vida…
Obrigado Chefe Petim … obrigado Lurdes Petim…

Outro momento…muito mais recente…há precisamente 10 anos…em Outubro de 1998…numa cama do Hospital da Universidade de Coimbra…enfermaria de neurocirurgia…momento complicado da minha vida…a preparar-me para travar a luta mais difícil e importante de toda a minha vida…deitado na cama...acordo…olho para o lado…e vejo uma figura alta, muito direita…com aquele sorriso doce…com um olhar que inspirava segurança e paz…o nosso Petim...a Lurdes…com o cabelo todo branco…linda… a sussurrar-me ao ouvido “…então meu filho…muita força!...”…Obrigado Petim…Lurdes naquela altura precisava de alguém que me chamasse filho…~com tanto carinho, Meu Deus...obrigado Lurdes…

Este é o meu Líder…senhores! Este SENHOR é a minha referência de vida…

Mais um momento marcante…Amâncio…um homem enorme, imponente, cheio de força, um guerreiro…mas sempre com aquele sorriso enorme e aquela gargalhada imponente…meu Chefe de Clã…eu ainda não tinha feito a Investidura de Caminheiro…lembras-te Chefe Amâncio?...
África, Moçambique…Acampamento Regional do Norte…o João Neves ia fazer a sua investidura de Caminheiro…malandro e reguila como era, teve um litigio com o Chefe de Campo daquele Regional do Norte…grande discussão…e o Chefe de Campo a dizer em reunião da Chefia de Campo para preparação das Promessas e Investiduras do dia seguinte, que o indisciplinado do "rapaz de Nampula", um tal de João Neves, não podia fazer a sua Investidura de Caminheiro…e eu que andava já à espera daquele momento com muita ansiedade e emoção…era a minha Investidura de Caminheiro…só quem já foi Escuteiro pode avaliar como são importantes e marcantes estes momentos para um jovem de 18 anos…
Mas...senhores…quem era o Chefe do Clã de Nampula?…ele mesmo...o Chefe Amâncio…e então, com aquela calma toda, mas com firmeza e de forma muito firme...disse de sua palavra…”…o João faz a sua promessa…ou ninguém faz promessa, e nós levantamos campo... e vamos embora…! Eu sou o seu Chefe e eu é que sei!”…

No dia seguinte o João Neves fez a sua investidura de Caminheiro e o abraço que recebeu do Chefe Amâncio tinha muitas lágrimas de emoção à mistura…

Obrigado Amâncio. Aquele abraço, Amâncio…ainda hoje o sinto…ensinaste-me a defender a minha gente de forma arraigada, firme e sem vacilação…

Chefe Zé Maria…o Dirigente, a imaginação, a organização…o exemplo de Chefe que faz do pioneirismo uma forma de estar…ensinou-me a estar no mato como peixe na água…a gostar de viver em harmonia com a natureza…a dormir ao relento…com as estrelas africanas como tecto…tudo o que transmiti e continuo a transmitir na minha vida de Dirigente, aprendi com o Chefe Zé Maria…os seus jogos minuciosamente preparados, a sua organização sempre sem falhas e descobrindo e tendo sempre atenção os mais pequenos pormenores...não havia computadores, nem telemóveis, nem nada que se parecesse com novas tecnologias...nem ele as queria...
Obrigado Chefe…o seu menino está pronto…vamos acampar?
Ferreira do Zêzere, Portugal, decorria o ano de 2007…encontro de “Antigos estudantes de Nampula”…emoção no reencontro com o meu Chefe Zé Maria…não se fez velho…na despedida e dirigindo-se à minha Mulher, segredou-lhe ao ouvido estas palavras…”Toma conta do meu menino, Eduarda!...”...o instinto fraternal ainda existe...

Estes são os Homens que eu tenho como exemplos a seguir.
Estes são os Homens que me ajudaram a preparar-me para a vida.
Estes Homens nunca tiveram a homenagem que lhes é devida…Américo Petim, Zé Maria, Amâncio e Silvestre…

Falta encontrar para aquele abraço o Grande Silvestre…mas o dia vai chegar…

Era bom encontrarmo-nos outra vez, quiçá num acampamento, com muita gente escuteira de Nampula…e aí fazermos a homenagem que estes Homens merecem…ou a possível. Aliás, foi isso mesmo o que eles nos ensinaram...sermos gratos…praticarmos a fraternidade, a solidariedade…

Vamos a isso!

E por agora fico por aqui…dos meus companheiros enquanto Explorador, da minha querida Alcateia…da minha actividade como dirigente daquele Agrupamento…enfim…de outros episódios…e momentos fascinantes…fica para a próxima…
Para todos os meus Companheiros e Companheiras de trajecto no Agrupamento de Escuteiros de Nampula, gente da minha história de vida que nunca esquecerei…o meu abraço de imensas saudades.

Para os meus Chefes a minha gratidão e a minha homenagem.


Boa caça.

Um abraço.

João Neves

sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

Obra de Adelino Timóteo
ADELINO TIMÓTEO EXPÕE “ILHOAS MACUAS” : Uma homenagem à primeira capital do país
A BELEZA da mulher nampulense, do tufo (dança típica de Nampula), alguns ritos de iniciação, entre vários valores culturais, caracterizam a “Ilhoas Macuas”, uma exposição de pintura de Adelino Timóteo patentObra de Adelino Timóteo
ADELINO TIMÓTEO EXPÕE “ILHOAS MACUAS” : Uma homenagem à primeira capital do país
A BELEZA da mulher nampulense, do tufo (dança típica de Nampula), alguns ritos de iniciação, entre vários valores culturais, caracterizam a “Ilhoas Macuas”, uma exposição de pintura de Adelino Timóteo patente no pólo da Beira do Instituto Camões/Centro Cultural Português desde semana passada. O jornalista e autor procura, desta forma, evocar e homenagear aquela que foi a primeira capital moçambicana, a Ilha de Moçambique.
Maputo, Quarta-Feira, 22 de Outubro de 2008:: POR TUDO ISTO TENHO ORGULHO EM SER MULHER MACUA

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

PEMBA - terra das madrugadas serenas...


Pena que não tenha sido mencionado no artigo que a BAÌA DE PEMBA sempre foi considerada a 3ª MAIOR do Mundo!
Venham todas as grandes potências estrangeiras investir naquela beleza paisagística-nada a vai destruir porque o homem jamais inventará a fórmula para destruir o arco-iris o nascer e o pôr do sol, cheiro da terra molhada e a cultura dos povos.
Garanto que a minha ninguém muda.

E agora...





"..Quando te disse
Que era da terra selvagem
do vento azul
E das prais morenas
E das madrugadas Serenas
do vermelho do café
dos chinelos no chão quente
da cerveja ao fim da tarde
com o sol adormecido
da cana doce e do mamão
tu sorriste e sussurraste
SOU DA MESMA TERRA QUE TU"...

....e Carlos Jorge chorou...

Berta Oliveira