terça-feira, 5 de junho de 2012

Homenagem às mulheres


Só quando os homens chegam a uma certa idade é que podem dizer com certeza que as mulheres são melhores do que eles em tudo - mesmo na bola, a carregar pianos, a lutar com jacarés ou nas outras coisas em que ganhávamos quando éramos mais novos e brutos e fortes.
Quando se é adolescente, desconfia-se que elas são melhores.
Nos vintes, fica-se com a certeza.
Nos trintas, aprende-se a disfarçar.
Nos quarentas, ganha-se juízo e desiste-se.
Nos cinquentas, começa-se a dar graças a Deus que seja assim.
Os homens que discordam são os que não foram capazes de aprender com as mulheres (por exemplo, a serem homenzinhos), por medo ou vaidade ou estupidez.
Geralmente as três coisas.

Desde pequenino, habituei-me que havia sempre pelo menos uma mulher melhor do que eu. Começou logo com a minha linda e maravilhosa mãe, cuja superioridade - que condescendia, por amor, em esconder de vez em quando - tem vindo a revelar-se cada vez mais.
As mulheres são melhores e estão fartas de sabê-lo.
Mas, como os gatos, sabem que ganham em esconder a superioridade.

Os desgraçados dos cães, tal como os homens, são tão inseguros e sedentos de aprovação que se deixam treinar.
Resultado: fartam-se de trabalhar e de fazer figuras tristes, nas casas e nas caças e nos circos.


Os gatos, sendo muito mais inteligentes, acrobatas e jeitosos, sabem muito bem que o exibicionismo vai levar à escravatura vil.

Isto não é conversa de engate.
É até um tira-tesões.
Mas é a verdade.
...E é bonita."


Texto publicado por Miguel Esteves Cardoso – 08-03-2009


P.S. – Eu sei que depois das Mulheres lerem este texto, que eu subscrevo completamente, vão dizer que eu e o Miguel Esteves Cardoso somos uns gentlemen’s…ou que somos muito simpáticos.

Também sei que os Homens vão dizer que somos uns “pinga-amores”…ou que estamos até a perturbar a classe...ou que já estou nos "cinquentas"...


Mas quero dizer que não se trata nada disso.

É a verdade.
A minha felicidade sempre dependeu das mulheres. A minha estrada sempre teve o apoio de mulheres…Se sou feliz é graças às mulheres da minha vida.

Para as mulheres da minha vida vai o meu reconhecimento,admiração, carinho e amor.
Para as minhas Macuas, mulheres da minha Tribo, vai todo o meu carinho e agradecimento por fazerem parte da minha história de vida.


Para as Mulheres em geral vai a minha vénia e saudação.










João Neves

domingo, 6 de maio de 2012

quarta-feira, 2 de maio de 2012

Retalhos



Vou tentar em poucas palavras, descrever o que tenho para contar.



Estando eu na espera de um atendimento público, chama-me a atenção uma senhora, pela forma como descrevia ali a sua presença.
Sentindo-se acompanhada aproveitou a ocasião para ir desfiando um pouco das histórias, da sua solidão. Não lhe dei muita importância no momento, evitando que houvesse mais intimidade. Falou do amor d...a sua vida, de um casamento de 52 anos, sem mancha. Falava com ternura, com amor.
Mas às tantas, aborda a vida do filho, denunciando o rol de companheiras que tem, ao invés do exemplo de casa e que não se conformava. Aí, não suportei mais o meu silêncio e pedi-lhe que houvesse alguma brandura da sua parte em relação ao filho, pois provavelmente, ele tanto se esgota de viver à procura. Pedi-lhe que olhasse, por esse ponto de vista.
Com a minha observação, tinha acabado de fazer uma amiga!
Percebi de imediato que seria uma amiga especial.
Com a idade de 83 anos, nem sequer questionei o tempo da nossa recente amizade, podia ser uns minutos e de forma intensa, em que o carinho e a ternura se misturassem. E assim foi,em pouco mais de meia hora, uma intensa troca de afeto. Falamos desde a antena da televisão, até à roupa que está guardada para usar no dia do seu funeral, tudo foi dito e nada perguntado. Mas também me disse, que ouve a voz do marido, que é uma sua impressão, seja lá o que for verdadeira ou falsa, mas acalenta-a. Também me disse que o filho, único, nasceu no hospital e ao contrário de agora, naquele tempo, os nascimentos não se programavam, aconteciam.

Mas disse-me, o que eu julgo de mais importante. Um marido que nunca ousou questionar, o seu governar dos dinheiros e da casa, que nunca ousou bater uma porta com mais força, que nunca ousou desrespeitar. No meio daquele rol de uma graça de senhora, de um carinho imenso, às tantas diz-me:
Imagine e vê-lo nu, nunca o vi. Nem ele a mim. Bastava-nos apalpar para ver e tudo acontecia.
No atendimento onde nos encontrávamos, chamam pelo seu número e depois pelo meu. A conversa fica interrompida, julgando que jamais ela voltaria a falar-me.
Nisto, sinto uma mão no meu ombro, viro-me e com a mesma ternura, diz-me que se chamava Augusta, que ali perto vivia e questiona-me como me chamava.
Despede-se com um imenso sorriso terno, dizendo-me: -Gostei de Si!


Estes são os retalhos de hoje, de uma amizade que ficou eterna…



Cristina Vilhena



segunda-feira, 9 de abril de 2012

quinta-feira, 1 de março de 2012

...doçura.....cândida...



Talvez digam sensível demais, nostálgica que escreve ela hoje aqui...para alguns de nós... uns presentes outros ausentes? ...pelo menos recata a privacidade de cada um que passou pela sua vida, em intensa paixão e dedicação... primeiro nome vá lá não...se atreveu a mais.
Inspiração, emoção de momento, recordações e quem sabe um bela homenagem e dedicação pelas suas reguilices de criança que ainda hoje é...criança amante do mundo, criança totalmente dedicada a todos pela sua vida fora.
Verdadeiro pássaro Voador entregou desde o seu nascimento a sua vida aos que mais precisam de si...feita para amar, amar sim com muita intensidade...mas não o amor que cada um de nós ansiava, a sua entrega total de amante e mulher...casamentos foram marcados e desmarcados pela sua irradia fuga ao amor... namoros desmanchados pela sua fuga...dedicada sim, mas nunca aceitando compromissos de maior responsabilidade...
Apenas queria ser mãe...mãe solteira, nada de apegos...isso era coisa de gente frágil que se entregava para um dia mais tarde vir a se magoar profundamente... Não se enganou esta nossa menina.


Menina querida e mimada por muitos de nós, surpreende-nos com o mais profundo pedido:

Perdão, Zé, José, Carlos, Pedro, Dadito, Manuel, Jorge...deixado ansioso com um casamento que tanto esperavas, simplesmente com a palavra sincera de que não eras o amor da minha vida.
Fui reguila demais...brinquei sério talvez demais no jogo ...do amor ...e tu Manuel que aqui te encontras bem presente, tu sabes!!!! ...até podia ter dado muito certo... Carlos... como a vida é irónica amigo... alguém na altura me disse que tinha de ter na minha vida um homem como tu...demos ambos tantas voltas e trambolhões...hoje sei que estás só...como o Jorge e o Emanuel...lembras loiro danado dos cartings, cavalos...tu e a tua familia...juntos com a minha...que voltas tentaram dar.... fugia...não te atendia o telefone... apenas dizia... não sou mulher de me deixar comprar por ninguém...... e venci sempre as minhas decisões....soube que alguns de vocês hoje estão completamente sós...e ainda sofrem por alguém que não conseguiu retribuir tanto amor e dedicação.... antes que possa ser tarde demais...escrevo e transmito o meu maior sentimento de perdão e gratidão pelo vosso amor...entrega total no passado... com a esperança que alguns vejam o manuscrito...que a alguns de vocês se assim tiver de ser...e acontecer...chegue esta minha dedicação e homenagem a todos os MEU GRANDES AMORES DE JUVENTUDE...




Bem hajam...
 Lizete Lopo



sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

...Somos cinco...



Na hora de pôr a mesa, éramos cinco...
...o meu pai, a minha mãe, as minhas irmãs e eu…
Depois, a minha irmã mais velha... casou-se.
Depois, a minha irmã mais nova casou-se.
Depois, o meu pai morreu...
Hoje, na hora de pôr a mesa, somos cinco...

...menos a minha irmã mais velha que está na casa dela...
...menos a minha irmã mais nova que está  na casa dela...
...menos o meu pai…
...menos a minha mãe viúva...
Cada um deles é um lugar vazio nesta mesa onde...
...como sozinho...
Mas irão estar sempre aqui.
Na hora de pôr a mesa, seremos sempre cinco.
Enquanto um de nós estiver vivo…
...seremos sempre cinco...


Poema de José Luís Peixoto.
 
...oferecido pela Kázinha...