sábado, 29 de setembro de 2007

Água mole em pedra dura...

Segunda-feira, 20 de Agosto de 2007
"Água mole em pedra dura..."
Poixxx... Foi assim, sem jeito, e dada a insistência, ou persistência, no/do convite, aqui estou. Não vou contar "estórias" de desempoeirar baús - tenho poucas, e as que tenho guardo-as para mim, não por egoísmo, mas porque foram vividas numa extrapolada vivência de menina, assumidamente demasiado adulta para a minha idade, demasiado racional, até - passavam-me ao lado estas malandrices que se faziam num tempo próprio de adolescência. As minhas "estórias" têm a ver com mortes, guerra, prisões, hospitais militares, acções da Legião de Maria - são enquadramentos bem diferentes, e pouc(a)/(o)s tiveram o arrojo, a desmesura, a coragem de ir mais além, desbravar outras realidades que não as comezinhas e naturais de gente que se quer jovem, fresca, livre para viver cada minuto de cada vez. Este recanto é p'ra recordar o que de bom a vida nos proporcionou, no companheirismo, na vida académica - o João Neves deu o mote... Eu era, de certa forma, Maria-rapaz, mas estava bem longe destas artimanhas - "tadinha" de mim que, (próprio da idade e da minha condição de rapariga, imbuída de preceitos familiares e religiosos), defendia com unhas e dentes uma postura, que se pretendia correcta e afinadinha?!... Era muito "limpinha", [de pensamento(s) e de boca] - hoje já não é assim... Costumo dizer que há muito ultrapassei a velocidade da luz e do som: quem gostar, assim me tem; quem não gostar, esqueça, "ponha à borda do prato"... Depois... ah! Depois?!... Tenho dois sobrinhos, que em tudo se assemelham ao que eu era, seccionados cada um deles por metades de mim - estar com eles é reviver um "cóchinho" de mim, nesse tempo longínquo, mas sempre tão perto... São as minhas recordações felizes que me têm ajudado a continuar a viver - por cá, enchemo-nos de mágoas, de cicatrizes que, mesmo os "maus tempos" de lá, nunca me fizeram... Mas, pronto: é preciso manter a vela acesa até que a VIDA queira - o TUDO é nada, e eu procuro sempre, (e ainda, e "malgré tout"..), o ABSOLUTO, que o INFINITO é já aí...

Ana Dias (a Mofina Mendes do LAGG)

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