domingo, 7 de dezembro de 2014

Sinto a Tua falta, "Velho Companheiro"









"MEU VELHO"

"Para o meu Pai, Angolano falecido em dezembro de 1995"


Meu velho
Lembro-me de ti,
Rolam-me lágrimas.

Onde andarás "Meu Velho",
Caçador!
Pescador!
Mineiro!
Vivo com a certeza
Que junto de ti, guardas 
Meu lugar,
"Velho Companheiro".
 

"Velho Companheiro", 
De longas ausências.
Curtas estadias,
E muito falar.
Nossas longas conversas,
Me fizeram Homem.
E a saudade delas,
Me fazem chorar.
 

"Velho Companheiro", 
De mil aventuras,
Quantas experiências,
Vivemos os dois.
...coisas que me ensinaste,
Para nada serviam...
Mas bem me dizias.
Servirão depois.
Sempre me aconselhaste:
Na justa medida,
Vai gozando a vida...
Sem nunca esqueceres 
De praticar o bem.
Porque a gente só goza,
Na justa medida.
Se ajudarmos outros a gozar também
 
"Velho Companheiro".
Nas "Farras", nas nossas noitadas, 
Ensinaste-me tudo, para ser melhor.
Quantas histórias, da tua vida
Meu "Velho".
Como díria Sérgio Bittencourt "Naquela messa"
"Hoje na memória,
Eu guardo e sei de cor"
 

Numa das noitadas
Quando sobre a morte,
Eu te quis falar,
Tu só me disseste
Dos que já morreram,
E que conhecias... 
Nunca niguém veio 
Dela reclamar.
 


Lembro-me de ti,
Rolam-me lágrimas,
Onde andarás "Meu Velho",
Caçador!
Pescador!
Mineiro! 
Por quê ?
Deus te levou.
Tão cedo a vida...
Sinto a Tua falta,
"Velho Companheiro"

                        Olimpio C. Neves - Lisboa - 23/1/96






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