Não me recordo se lá na minha terra se festejava o dia de S. Martinho.
Lembro-me de subir aos cajueiros, como uma macaquita, para apanhar os seus frutos.
No meu quintal não havia cajueiros. Simplesmente ficava a olhar para o cajueiro frondoso, da machamba do Administrador em frente à minha casa.
A minha mãe proibiu-me de lá ir.
Depois da escola e do almoço parada na estrada olhava aquele cajueiro ... era lindo,principalmente, quando estava carregado de frutos ... a minha mãe dizia: menina vem para dentro! Mas, eu não acatava a ordem ... ficava ... até que aparecessem os cipaios com os reclusos para culimarem a machamba.
Os cipaios já me conheciam,
olhavam para mim a sorrir, a minha conversa era sempre a mesma.
Cipaio, dá cajú à menina, dizia eu.
O Cipaio, com o seu sorriso rasgado, dizia: está bem, minina eu vou apanhar... já levo cajú à minina.
Num ápice alguém batia à porta:
Srª... cajú pra minina...
O pior seguia-se ... assar as castanhas no moto do quintal, sujar-me toda, ai como a minha mãe ficava ....
A acompanhar as castanhas eu bebia o suco do cajú.
Os indígenas faziam jambalau uma bebida alcoólica produzida através do suco do cajú. Por essa altura, a música e a dança no bairro do mafarinha duravam até às tantas, era certamente o festejo do dia de " S. Martinho".
Eu nunca fui ao Mafarinha ver uma festa destas, simplesmente adormecia ao som dos batuques e das marimbas.
Com ou sem castanhas de cajú , um bom S. Martinho para vós, se puderem dancem uma Marrabenta.
Bjx
Alda
Lindo, Alda.
ResponderEliminarObrigado por me fazeres recordar a minha infância...só nos resta isso, não é,Alda?
Tátá, Alda...
...vai um cajú agora, minina?...
Xiiiiiiii, João, Tátá faz-me chorar.
ResponderEliminarQuando eu for a moçambique vou comer Cajú, beber jambalau, dançar uma marrabenta e se puder trago um saco cheio para oferecer aos amigos.
Bjx
Alda
Alda, Jambalau é um outro fruto de uma árvore grande. O fruto maduro é como uma azeitona preta, mas em cachos e claro, doce. Havia na Zambézia. Confirma aqui http://mocambicanismos.blogspot.com/2009/01/j.html
ResponderEliminarTátá então. Jorge Preto
jorpreto@netcabo.pt