Tá-tá...
Acenámos nossas mãozitas douradas
Na esperança do reencontro
Virei-me, pela última vez, para te ver no meio da multidão
A tua balalaica e o teu calção distinguiam-te como se de um chefe te tratasses
Ouvi a voz estridente de alguém... despache-se!!!...entre!!!
Entrei naquele pássaro gigante
Dos meus olhos pérolas silenciosas brotaram
O meu lugar era à janela
Não era mais a janela do comboio onde eu e tu respirávamos liberdade
Fechei os olhos na tentativa de esquecer
Chorei ... saboreei o sal das minhas lágrimas
Recordei, então:
O teu sorriso rasgado
O teu cheiro a maresia
A tua pele dourada
A tua voz ... como uma melodia de embalar...
A esperança do reencontro morava no meu coração
Mas ... os deuses não quiseram...
Perdemo-nos num tempo e num espaço que não voltarão jamais
O passado desapareceu ... o futuro não sabemos... o presente já não é.
Restam apenas memórias ...
AM (Lx 30 /12/79)
Esta saudade, esta nostalgia...não nos larga, não é, Alda?
ResponderEliminar...um dia conto-te a minha partida, o meu adeus ao planalto Macua...
Bjs.
João
Verdade!!!
ResponderEliminarMesmo não havendo mais tempo nem espaço, existem sempre as memórias.
João, eu era uma criança, por mais que me explicassem, eu não conseguia entender porque é que tinha de me vir embora.
O Xarimbéu, o Régulo, já cocuana, explicou-me. E sabes? Eu vim mesmo. Um dia destes, eu coloco aqui um texto sobre o assunto.
Foi, digo-te, talvez a explicação mais sábia que alguém me podia ter dado.
Para o Xarimbéu um beijinho grande, esteja ele onde estiver.
Para ti Joãoum bjinho grande também, porque tu tens aquela magia que é peculiar a um Macua.
Alda
Memórias... só memórias!
ResponderEliminarBjinho grande